“O trabalho, deixando de ser manual para ser intelectual, deixando de ser linha de produção (linear), para ser uma decisão (circular), transformar-se-á em discussão”. (Lima, 1975).
Ora, educadores de todo o mundo, “não estamos vendo que
vai ficar assim? Por que não começamos logo? (Lima, 1975)”.
“Educar já não é prever as necessidades sociais, mas preparar os jovens para o imprevisível” (Lima, 1975).
O educador Lauro de Oliveira Lima nasceu em Limoeiro do Norte-Ceará, em
12 de abril de 1921. Suas idéias são muito voltadas para a tendência renovada progressista, por defender uma teoria de que o aluno é responsável pelo seu próprio conhecimento. O professor é importante no processo de crescimento do aluno, mas é aquele que ajuda o aluno a aprender, que prepara as atividades do aluno de acordo com as etapas do seu desenvolvimento. Ele valoriza os processos mentais e as habilidades cognitivas.
Tenho orgulho de escrever algo sobre o caminho percorrido por este
educador cearense. Suas idéias a respeito da história da educação são tantas e tão importantes, que fico sem saber como organizá-las e selecioná-las. Para Oliveira, um dos grandes problemas da educação brasileira é a falta de uma didática que ajude na formação de indivíduos que desejem planejar o futuro. Em muitos dos seus livros faz uma análise critica a educação brasileira, mas propõe soluções. A critica para ele só é importante quando é construtiva, e depende muito da maturidade de quem critica e de quem é criticado.
Mestre Zé Afonso foi sua primeira escola, que ensinava todos os meninos da cidade a ler, escrever e contar (ensinava também o Manuscrito, que era uma espécie de curso de pós-graduação, e a Tabuada Grande, a matemática superior).
Formou-se em Direito em 1949 e dois anos depois, em Filosofia. Dentre os cargos importantes que assumiu, obteve em 1945 o cargo de Inspetor Federal de Ensino do Mec. Deixou o Magistério particular para fundar o Ginásio Agapito dos Santos em Fortaleza, iniciando, assim, sua carreira como “reformador”, característica básica de atuação como educador. Escreveu nessa época a obra “Escola Secundaria Moderna”, iniciando também seu trabalho com Dinâmica de grupo e propondo o Método Psicogenético. O Método Psicogenético de Lima é estruturado a partir das descobertas cientificas de Piaget. Não se pode mais falar de desenvolvimento da inteligência sem falar das Teorias de Piaget, que teve na figura de Lauro de Oliveira Lima, durante algum período, o maior interlocutor dessas idéias no Brasil.
“Psicogenético” é o termo empregado para descrever a pedagogia criada a partir das teorias e pesquisas piagetianas. Significa que o processo pedagógico modifica-se sucessivamente, de acordo com o estagio de desenvolvimento mental (psicogênese). O nível mental da criança é que determina como o professor deve apresentar as situações didáticas, pois, em cada estagio do desenvolvimento a criança tem uma maneira diferente de aprender.
Lima teve e continua tendo um trajeto longo e dinâmico na área da educação escreveu vários livros e dentre os mais recentes podemos citar: ”Piaget: Sugestão aos educadores” (1999), “Dinâmica de Grupo” (2000) e “Para que servem as escolas?” (1996).
Para Lauro, o principio fundamental da didática, esta centrada na concepção, de que o professor não ensina, ajuda o
aluno a aprender. O aluno irá aprender através de atividades como, pesquisas, leituras, passeios, etc, sempre bem planejadas tendo claro os objetivos a alcançar. As atividades devem ser grupais e orientadas pelo professor, para que todos possam construir o conhecimento na interação entre eles. “O que se aprende com alegria aprende-se melhor, de maneira mais efetiva”.
Em 1980, Lauro apresentou no primeiro congresso piagetiano no Rio de Janeiro um documento que causou muitas discussões: “Computadores, um débil mental com a velocidade da luz”.
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